Coleta de lixo

Empresa vai punir lixeiros flagrados cobrando propina em Santa Maria

Jaiana Garcia

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Os flagrantes da cobrança de propina na coleta de lixo em Santa Maria repercutiram nas redes sociais e dezenas de denúncias onde a prática acontece foram feitas por leitores do "Diário". Há duas semanas, moradores da Rua Belém, no bairro Parque Pinheiro Machado, procuraram a reportagem para denunciar a cobrança de dinheiro e lanches feita pelos lixeiros como moeda de troca para recolher o lixo. Dois vídeos mostram a ação. Em um deles, o funcionário chega a se negar a levar os sacos e discute com o morador da residência.

Moradores dos bairros Chácara das Flores, Nossa Senhora de Lourdes, Lorenzi, Camobi, Medianeira, Nossa Senhora das Dores, João Goulart, Centro e Itararé relataram que já foram cobrados pelos lixeiros no momento da coleta.

— Não tem que pagar propina. É obrigação do município recolher, pois já está sendo cobrado no IPTU — disse uma leitora.

O supervisor da Revita, Raul Lessa, afirma que a prática está fora do procedimento padrão adotado pela empresa. A empresa recebe R$ 1 milhão por mês da prefeitura para prestar o serviço de coleta.

— Na admissão, esses trabalhadores passam por um treinamento e recebem todas as orientações sobre a coleta. Pedir, seja o que for, não faz parte do trabalho deles — afirma.

De acordo com Lessa, os funcionários serão punidos administrativamente, com suspensão e até demissão, se for necessário. O supervisor lembrou que três funcionários da empresa já foram demitidos em janeiro deste ano por pedir propina. Ele garante que os lixeiros possuem horário de descanso para fazer lanche no meio do turno de oito horas de trabalho.

Segundo ele, o salário do lixeiro é de R$ 950 mais benefícios, como vale-alimentação e vale-transporte. A empresa possui 58 coletores e 17 motoristas contratados para prestar o serviço. As equipes trabalham com escala rodízio, evitando que os lixeiros passem sempre nas mesmas ruas. Uma medida tomada, conforme Lessa, para coibir os pedidos dos lixeiros aos moradores.

O advogado João Marcos Adede y Castro destaca que doações voluntárias são comuns, mas que pedidos corriqueiros, inclusive seguidos de ameaça, caracterizam extorsão, conhecido popularmente como propina.

— É comum moradores se reunirem em datas especiais, como Natal e Páscoa, e dar alguma coisa para eles. Isso não é condenável, porque é um ato de humanidade com o próximo. Mas a exigência e a cobrança são condenáveis — avalia.

ONDE DENUNCIAR:

- Secretaria de Meio Ambiente: 3921-7151
- Revita: 3304-4100

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